Durante a 8ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Laranjal Paulista (SP), realizada na noite da última segunda-feira (26), o vereador Márcio José Garpelli (MDB) usou a palavra-livre para criticar a condução e o posicionamento de alguns parlamentares diante do processo de revisão do Plano Diretor do município. Segundo ele, faltou preparo técnico, compromisso e participação por parte de certos vereadores em um tema considerado fundamental para o desenvolvimento urbano da cidade. 6ge4c
Márcio destacou que o Plano Diretor original chegou à Câmara em 2021, mas foi retirado pelo próprio Executivo após constatações de irregularidades, como ausência de estudos técnicos e mapas. Ele relatou que o plano ou por comissões e contou com 15 reuniões na Casa, além da presença de promotor, juíza e secretários. Segundo o vereador, houve dificuldades e atrasos por parte da istração, que contratou a Fundação Vanzolini por R$ 348 mil para reestruturar o plano. Ainda assim, afirma que o material reapresentado à Câmara veio incompleto e com erros.
Durante seu pronunciamento, Márcio afirmou:
“Caráter é tudo aquilo que o político faz quando não tem ninguém olhando… Hoje eu tive a certeza absoluta de que, para ser vereador, além da educação, é preciso saber ler, interpretar, estudar leis, principalmente o que se vota nessa casa”, disse o parlamentar.
Apesar de não mencionar nomes diretamente, a fala provocou uma reação imediata do vereador Nilso Ventris (PSD), que, ainda sentado, solicitou ao presidente da Câmara que fosse registrado em ata um pedido de providências por se sentir ofendido.
“Sr. presidente, eu gostaria que relatasse na pauta a respeito das ofensas que eu sofri aqui na tribuna… foi meio direcionado, eu vou encaminhar para o jurídico e quero decoro parlamentar”, disse Nilso.
O presidente da Casa, vereador Flávio Antônio Portela (PL), pediu que fosse mantida a ordem e deu sequência à sessão.
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Procurado pelo LP Informativo, o vereador Márcio Garpelli afirmou que sua fala não teve cunho pessoal e estava dentro dos limites do direito parlamentar:
“Durante a palavra-livre da 8ª Sessão Ordinária, exerci meu direito como parlamentar para fazer uma crítica legítima à postura de alguns colegas em relação à revisão do Plano Diretor. Em nenhum momento citei nomes ou direcionei ofensas pessoais. Minha fala foi clara: é incoerente criticar um trabalho técnico e coletivo sem ter participado de nenhuma etapa dele. (…) Reitero que minha manifestação foi institucional, embasada e exercida dentro dos limites da imunidade parlamentar. Seguirei atuando com responsabilidade, firmeza e transparência, mesmo que isso desagrade quem prefere o conforto da omissão.”
A Secretaria Legislativa da Câmara também respondeu ao jornal, ressaltando que:
“As Sessões transcorrem conforme o rito estabelecido pelo Regimento Interno, cabendo aos parlamentares observarem e seguirem as normas ali dispostas.”
O vereador Nilso Ventris foi procurado pela reportagem e pode se manifestar nos próximos dias. O espaço segue aberto.
Veja no vídeo o momento em que o vereador Nilso Ventris reage à fala de Márcio Garpelli e solicita providências à Mesa Diretora da Câmara: